Um bom amigo me ensina a sorrir dos meus erros, acertos, bênçãos, confusões e ilações.
E eu sigo vivendo como quem voa em um cavalo alado com asas de cera, chegando perto do sol.
Vou tropeçando, caindo, lançado em noites vazias, salto no escuro, paraquedas de lençol.
E o bom amigo me diz: “deixe de besteira”, cuidemos, andemos, pois ainda teremos aquele lugar ao sol.
Mas, que lugar seria esse, onde o sol não te destrói?
Qual seria o interesse, em uma vida que não dói?
Eu prefiro andar sozinho, tropeçar no meu caminho, que fingir eterna paz.
Pois na vida passarinho, bate asas e sai do ninho vai viver seu blues e jáz.
O bom amigo me explica o saldo do santo, o lucro do pecador, ponteiros, soluços, soluções.
Eu sigo tentando cuidar do espaço, no rumo do vácuo, no rastro de luz, estrelas de farol.
Vou aumentando a velocidade, na tarde do medo que invento, contemplo, me ausento, sou parte do anzol.
O bom amigo conjuga: pra frente pessoa, prepare a alma, ignore Saturno, que o retorno é o sol.
Que calor humano é esse, que abraça e/o que destrói?
Qual futuro pertence a este mundo que desata nós?
Eu prefiro andar sozinho, tropeçar no meu caminho, que fingir terno e jaz.
Pois na vida passarinho, bate asas e cria ninho vai viver um blues e paz.