segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pierrot

Que teu afeto me afetou é fato
Vou continuar o jogo de baralho
Mesmo que não aja um vencedor
As vezes penso na vida ao contrário
Pra saber se você está do meu lado
Pois continuo sentindo-me um Pierrot

E a vida vai passando
E o mosaico complexando

Pra ser sincero, prefiro esquecer
A impaciência de amanhecer
Já que a vida é pra querer
Vou amar Paris, até eu morrer!

Agora as cartas boas estão do meu lado
Mesmo sabendo que isso tá errado
Pois já vejo lá fora o amanhecer
Vivo tentando fechar a saída
Pra não sair mais da tua vida
Intransitivar o meu olhar

E os coringas vão passando
E novos ares se instalando

Pra ser sincero, prefiro esquecer
A impaciência de amanhecer
Já que a vida é pra querer
Vou amar Paris, até eu morrer!

Rayo

Menina, que olhar é esse
Que eu não consigo tirar da minha cabeça
É uma mistura de desejo e força
De quem desse caso não quer que eu esqueça

Garota, mas que beijo é esse
Que eu não consigo parar de querer
Uma suruba de sabores sintonizados
Para o nosso bem querer

E se você quer saber o que isso causa em mim
Ampliando nosso jogo, sem susto, nem sufoco
O que vem a seguir?

Olha moça, não tenho nem sou nenhum tom Jobim
Mas do seu afeto quero prenda sem fim
Escuta moça, sua imagem em minha vida foi análoga à de um Rayo
Não digo por ser passageiro, mas pelo brilho avistado

Mulher, mas que corpo é esse
De certo foi lapidado por Deus
Jeitinho gostoso, sabor vicioso
Curvas que matam vários eus

Senhora, perdoe-me a indelicadeza
De lhe chamar assim
Mas sua mente experiente, extremista, equilibrista
Faz-me até sorrir

E o que vai ser de nós, quando atravessarmos mais um jardim
Se estaremos bem juntinhos, matando-se em carinhos
Eu quero é te ver feliz

Olha moça, não tenho nem sou nenhum Tom Jobim
Mas do seu afeto quero prenda sem fim
Escuta moça, sua imagem em minha vida foi análoga à de um Rayo
Não digo por ser passageiro, mas pelo brilho avistado

Leão com libra

Dizem que o homem de libra
É um cara bem vaidoso
Mas vou logo dizendo
Que não ligo pra tantos gostos

Dizem que as leoninas
Gostam de elogios
Graciosa, cheirosa e linda
E lábios que causam arrepios

Dizem que o homem de libra
Tem lábios doces e mágicos
Mas a minha mágina doce
Te quer apenas do meu lado

Dizem que as leoninas
Tem lábio de pólvora
Logo quando ver um doce
Caso for doce, estoura!

E o que irá resultar
Se os dois resolverem se juntar
Se os dois resolverem se gostar
Leão com libra

A astrologia irá confirmar
O que os olhos não querem negar
O que as bocas irão clamar
Leão com libra

Castanho dos teus olhos

Lá vem o sol, abro meus olhos, vejo você
Corpo cansado, sorriso discreto de prazer
Você desperta logo me aperta com pavor
Pedindo "fica comigo, por favor!?"

Mas tenho que deixar o castanho dos teus olhos
Sair por aí, ganhar minha vida e sofrer
Eu sei que um dia nossos olhos se recruzarão
E tudo que aconteceu terá alguma explicação

Lá vai o sol, soco sua porta clamando por você
"Vamos logo, meu amor, não temos tempo a perder"
Pois quando o sol raiar e o castanho se mostrar
Sentirei o seu aperto e direi sem exitar

Tenho que deixar o castanho dos teus olhos
Sair por aí, ganhar minha vida e sofrer
Eu sei que um dia nossos olhos se recruzarão
E tudo que aconteceu terá alguma explicação

Eu folha e você vento

Um amor tão calmo assim, lílás
So não é brando o anseio de te querer
Foi só você chegar e me trazer coisas de paz
Que o inverso do contrário do amor veio e a dor jaz

Me alvoreceu um sorriso
Caí feito anjo na beira do paraíso
Quando o seu violão, dedilhares eu vi
Quisera eu ser de madeira
Pra tuas caricías sentir

Me calei de prazer, te observei, me escondi
Atrás das minhas mãos te fitei, fingi
Prefiri não revelar, mas é hora de contar 
Que deixei de fugir de nós dois
E prever o que estava por vir depois

Quero só viver contigo o amanhecer
Eu folha e você vento
Faz verão no outono aqui dentro
Do raiar até o anoitecer

Nascemos sábios

Sentado hoje comecei a conversar
Com uma velha mulher, que disparava a falar
Orgulhosa do tempo de nova
Sempre dava certo revolução nas suas histórias
Que inveja, senhora!

Questionou a importância da música
Falando que hoje não existe cultura
Logo discordei, meio sem educação
A falta de cultura é cultura, não?
Calma, senhora!

Sinceramente, não consigo entender
Acho que nascemos sábios e burros ao morrer
Honestamente, não preciso perguntar
O que fez hoje pro seu mundo mudar

A conversa devagar se alastrou
Política, drogas, religião e errou
Ecoando algo sobre sua boa educação
Falava-se menos e ouvia mais som
Não, não, senhora!

A boa educação está em respeitar
Por, mastigar, engolir, respirar, falar
Sempre cale se confundir
Pregue a paz até na cabeça antes de ferir
Vamos, senhora!

Sinceramente, não consigo entender
Acho que nascemos sábios e burros ao morrer
Honestamente, não preciso perguntar
O que fez hoje pro seu mundo mudar

Ela achou falta de respeito
Não falou que eu tinha razão, por medo
Medo de arruinar o que construiu
Um papagaio preso no fundo do funil
Que pena, senhora!

Terminei com real respeito por sua época
Gana, arte, ideais, guerra!
Porém, quero ser mais seres
Acredito que divisão, multiplica poderes
Idade é só número, senhora!

Sinceramente, não consigo entender
Acho que nascemos sábios e burros ao morrer
Honestamente, não preciso perguntar
O que fez hoje pro seu mundo mudar

Vamos passar os anos sem o funil aparecer
Sabemos que educação é querer
Portanto, eduque sua mente
Antes que se torne mais um inconveniente
Nunca é tarde, senhora!

Achei que seria fácil ser alguém
Mas o dinheiro traz o "porém"
Como eu estava enganado...
Difícil é eu querer ser gênio sem passado!
Muito obrigado, senhora!

Sinceramente, não consigo entender
Acho que nascemos sábios e burros ao morrer
Honestamente, não preciso perguntar
O que fez hoje pro seu mundo mudar