sábado, 11 de agosto de 2012

Poema da Ocasião

Um olhar, um bolero, um sorriso lá
Uma espera, outro bolero, um papo pondo olhar
Você cansada de idiotas, eu um idiota a cansar
Feitos bobos, sem dançar, procurando o que não dá pra achar

Sendo o que não pode perto do que não deve, o que queira ser
Atrás de vícios que satisfaçam o que não consegue ter
Transando com palavras, beijando melodias, o que mais se pode querer
Saia subindo, calça descendo, vai acontecer

Mais uma vez, vez ou outra, ele tende a afligir
Ela saiu, calçou descendo, o que faltava pra vestir
Deu medo das palavras, do som dos lábios, de tudo que estava por vir
Uma cabeça na outra, viciados no que são, saia, volte a subir

O coração acelerava, a consciência avisava que isso não tem valor
Atração é mental, amor é marginal, tudo isso num liquidificador
Um ciúme lá, outro cá, aaaah... é o perfume do rancor
Como todo romance, pra funcionar um carro, precisa bem mais que motor

Estamos separados, porém amarrados, como mosquitos num abajur
Uma lâmpada acesa, dois copos sobre a mesa e um leve toque de fêmur
Dançamos sem bolero, olhamos sem um papo, sigamos o múrmur
Atenção, jovens, devagar e urgentemente, vamos de abacur