O breve matará a língua
Com o tempo, a paciência
Trocarão vírgulas ao invés de beijos
Em salas de cinema
Não haverá esquinas
Nem passos, nem bicicleta
O sol não trará sequer um clima
Pra começar uma conversa
Só sorriremos dormindo
Sonhando com o dia
Em que fomos famintos
O abraço vai ser assédio
De braços fartos do mercado
Fruto de nenhum sacrifício
Seremos filhos sem passado
Na prisão estarão os livres
Aqueles com flores na pele
Com o tato ainda em arrepio
Gritarão: que a vida lhe seja leve!
Só sorriremos dormindo
Sonhando com o dia
Em que fomos famintos
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